jeudi 16 octobre 2008

Os retirantes e criança morta - Candido Portinari, 1944

Os Retirantes

Criança morta
Durante a estadia em Nova Iorque, Portinari vê uma obra que muito o impressiona, Guernica. A guerra vista por Picasso, duma forma cubista e sem a utilização das cores. Fica impressionado com o quadro.

Na Alemanha os nazis estão no poder. Da Europa não param de chegar os relatos dramáticos. É o mundo que está em guerra e enquanto isso o povo é o que mais sofre. A morte está presente em todo o lado.

No Brasil, o sofrimento é provocado pela natureza. O Nordeste é atingido por grandes secas que trazem consequências gravosas para os camponeses.

Muitos são aqueles que utilizam as suas artes para falar do que os rodeia - Jorge Amado, Érico Veríssimo, Graciliano Ramos. Também Portinari a nada disto fica alheio. Exprime-o com a sua pintura, reflecte-o. É a cor que se apaga, um drama que se observa. São os Retirantes, expressos em algumas das suas obras. Os despojados de tudo, do trabalho, da vida, têm apenas a morte, como o expressa em Criança morta.

Criança morta, que faz parte da série sobre os retirantes nordestinos, tem sua carga dramática potencializada pela composição do quadro - um agrupamento humano do qual se projeta a criança morta, pelo predomínio do tom terroso que marca a parte inferior da tela, pelas lágrimas da menina e, principalmente, pelo aspecto tenebroso das figuras humanas, que oscila do cadavérico ao fantasmagórico.Um quadro dantesco de luta entre a vida e a morte.

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